domingo, 14 de novembro de 2010

O ódio tornado ode a um ex-patrão...



A ilusão quanto a uma possível relação afetuosa entre patrões e empregados acaba sempre sendo desfeita em momentos decisivos como as manifestações de resistência individual ou de classe às investidas autoritárias que o patronato traveste de fraternidade e compaixão, culminando em demissões ou rupturas eivadas de rancor, para uns, e ingratidão, para outros. O ódio de classe, no entanto, de  parte à parte, pode alcançar formas mais sofisticadas, tenras e nobres. É o que revela o talento poético de Djavan Mimbora, figura de origem humilde, que já foi morador de rua, zelador, pedreiro, guarda noturno, garçon, garoto de programa e... torneiro mecâncio. Depois de alcançar o estrelato nos palcos europeus, Mimbora volta ao Brasil para mostrar seu mais novo sucesso, uma ode a um ex-patrão de quem ele ainda guarda lembranças longínquas que misturam íntima e sutilmente amor e ódio.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Crítica aos Programas Policiais


Neste segundo programa, o Dr. Marx Hefner destila sua crítica aos programas policiais, por meio dos quais o absurdo nosso de todos os dias é noticiado de forma igualmente absurda. Sua paradoxal sensibilidade aristocrática identifica de modo certeiro e intrépido a vilania dos "animadores" destes programas,  impregnados de sensacionalismo, oportunismo político, charlatanismo e exposição inconsequente  da condição de vida dos mais pobres. Assistam, comentem e se inscrevam em nosso canal. 

Abraço,
Vai ler!   

Update - Apenas um rapaz latino-americano



O paradoxo dilemático-ideológico entre capitalismo e socialismo, que marcou os destinos de milhares de jovens durante o século XX, em todos os países, apresenta-se novamente, numa espécie de update, agora numa conjuntura de crise política, econômica, moral, social e ambiental. O sistema do capital renova suas promessas, oferecendo de tudo: dinheiro, poder, luxo - até a Rosinha Palmeirão! 

sábado, 16 de outubro de 2010

Pensar: necessidade urgente ou virtude residual?


Meus caros, devo admitir que algo tem se apresentado a mim como uma feliz e sedutora novidade. Trata-se da “arqui-conhecida” interatividade virtual. Há muito tempo possuo um perfil no Orkut, diariamente envio e recebo uma miríade de e-mails, já havia disponibilizado vídeos de minha autoria no youtube etc. Mas nada me instigou tanto quanto a idéia de postar e responder a tópicos de discussão em comunidades do Orkut. É incrível ter de responder, com certo nível de questionamento e com a mesma responsabilidade intelectual que minha formação me confiou, a todas aquelas provocações que os sujeitos vão encadeando de forma peremptória, agressiva, indiferente, blasé – a inflexão psicanalítica diria que isso é quase masoquista; ou melhor, sado-masoquista, pois há satisfação também em responder, correlata a “bater”, “torturar”, se quisermos manter por um instante esta matriz de análise.       
É interessante ver algumas reações que desaprovam a proposta do Vai Ler com um simples e cortante "não gostei", supondo que com isso se encerra toda a discussão, quedada genuflexa ante o Império do gosto. Desde já, devo dizer: na vida pública, transpostas as barreiras deste domínio íntimo, todos têm o direito de se posicionar assim e gostar ou não de algo, ainda mais quando estamos num espaço (virtual) relativamente livre das censuras e da monopolização não só econômica, dos grandes grupos de comunicação, mas também estético-político cultural – e é bom que se preze por isso.
O que me preocupa, no entanto, é que a recusa da proposta de um humor inteligente, com referências mais eruditas, que requerem um conhecimento geral mais amplo, não encontra, particularmente entre os jovens, um espaço receptivo sequer para a consideração. Aliás, o problema não é só a rejeição imediata: qualquer proposta que, mesmo quando considerada, fuja criativamente do padrão instaurado por PC Siqueira e Felipe Neto, tem dificuldade de ser bem recebida pelo público hoje – e isso é tão grave quanto à ríspida desaprovação.
É claro que estamos vivendo o auge da febre dessas duas figuras, rapidamente tragadas e convertidas em “celebridades” – e isso, diga-se, não é um mal em si mesmo. Mas devemos pensar, entre outras questões, o porquê da necessidade do público de consumir histericamente algo que reúne e plasma a esmo infantilização, postura non sense, pseudo-intelectualidade, cultura inútil ou inutilmente apropriada (games, HQ’s, seriados etc.) e, pasmem, intolerância - em níveis nunca dantes vistos, que se expressa copiosamente em grosserias, acusações e xingamentos de uma forma que já se tornou clichê; um sadismo diário e naturalizado, que revela no fundo uma aversão ao convívio social.
Uma pergunta simples, elementar, segue ignorada: qual é a graça em mandar alguém para a “pqp” ou coisa do gênero toda vez que se está em desacordo com o mesmo?! Se não for pedir muito, poder-se-ia ir adiante, perguntando qual é a validade de uma crítica que se volta contra o vazio de algum modismo para se tornar ela mesma um modismo vazio? Qual a relação entre crítica, irritabilidade e intolerância? Se há alguma relação, ela é reflexo de uma conjuntura social que ainda pode revelar alguns talentos em meio à desgraçada mediocrização geral ou ela é uma manifestação  intrigantemente talentosa, mas preocupante, da suplantação da crítica pela irritabilidade e pela intolerância?      
Custa muito responder essas perguntas e custará ainda mais se não forem minimante respondidas. Uma constatação, contudo, é inevitável: o padrão PC/Felipe é o que melhor se adequada à insensibilidade moral, social, política e estética dos jovens de hoje. É como um dispositivo que aciona certas zonas de prazer e que funciona tão bem que até os seus fakes ou coisa que o valha fazem sucesso! Enfrentar, questionar ou apresentar algo alternativo a isso não é tarefa fácil; é algo que toca em estruturas mentais e valorativas já solidamente formadas, com opiniões, gostos, percepções e maneiras de agir gestadas desde tenra idade, que hoje encontram nesses padrões apenas uma forma de se realizarem... 
É de se perguntar e imaginar quais formas estético-perceptivas e conteúdos ídeo-políticos serão exigidos por este público quando este dispositivo-padrão, hoje em plena vigência e operação, for descartado com a mesma indiferença com que se alijam propostas como  a do Vai Ler – que, aliás, em sua primeira aparição, não é mais do que uma incitação sem maiores pretensões, já que se desconhecia em absoluto o que é senso comum neste mundo dos “vlogueiros”, “blogueiros”, fóruns, comunidades etc., mobilizadas pelas novidades febris do youtube. Agora somos cientes do peso de nossa tarefa... inglória e árdua! Nesse ambiente movediço, onde pensar é ao mesmo tempo uma necessidade urgente e uma virtude residual, o escracho esclarecido será o melhor antídoto?
Abraço,
Vai Ler!  

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E o próximo programa?


Meus caros, o roteiro do segundo programa já está quase pronto. Claro que se trata apenas de uma base, uma noção para pontuar as questões importantes ou, por assim dizer, sérias, que interessam a todos nós, de forma mais ou menos consciente, e que estarão no cerne de todos os episódios do Vai Ler. O resto, diga-se, é puro improviso! Desde as reflexões geniais e (para o bem geral da nação) ignoradas do senhor Dr. Batata Fritz, envoltas em ocultismo e charlatanice, até os erros de gravação - que quanto mais imprevisíveis, melhor. Pois bem, o tema será “violência urbana e programas policiais”. Imaginem o que vem por aí? Porém, como não seria de bom grado antecipar os motejos, provocações e críticas que virão à baila por obra da eloqüência magistral do senhor Dr. Marx Hefner, fica então o convite e a incitação da expectativa para o próximo vídeo. No mais, resta aguardar a marca das mil visualizações do primeiro programa (o que está um pouco longe) ou então nos conformarmos com o insucesso e, mesmo assim, darmos nossa contribuição à aculturação geral do povo!
Abraço,
Vai Ler

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PC Siqueira e Felipe Neto: fama, poder e ganância?


Se não fosse pela rapidez e instantaneidade, eu não ficaria tão surpreso! Postei um comentário nos canais de PC Siqueira e Felipe Neto, há alguns minutos, divulgando os links para o Blog, o Orkut e o Canal do Vai Ler. Quando dei por mim, o comentário havia sido imediatamente apagado (censurado?!).  Fico imaginando o motivo de tão ríspida atitude... Seria por que o vídeo do Vai Ler poderia ser usado até em sala de aula, como declarou um professor de História, enquanto as diatribes de Felipe Neto, eivadas de pornografia e carentes de sentido, não teriam o mesmo destino – a sala de aula? Ou seria por que o vídeo do Vai Ler tem a intenção de incitar a reflexão e o conhecimento de fatos, momentos e personagens históricos, usando o humor e o escracho, enquanto o vlog de PC Siqueira se contenta em narrar as peripécias de sua cachorrinha e suas aventuras rumo ao shopping? Enfim, a tentativa de aproveitar a audiência dos dois canais para divulgar o nosso vídeo não foi minimamente bem sucedida. Pelo contrário, a concorrência e a competição mostraram sua face policialesca, à vigília de qualquer ameaça... Como diria Brecht, os “novos” burgueses, aqueles recém convertidos, são bem piores na sua ganância ególatra do que os velhos burgueses, os tradicionais, a quem restava alguma nesga de caráter!
Abraço,
Vai Ler!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010